Presidente do Crea-RO participa da apresentação do Projeto Rochas Carbonáticas

Na tarde de ontem, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em parceria com o Governo do Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI), divulgou os resultados no Projeto Rochas Carbonáticas do Estado de Rondônia. O evento que teve o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea-RO)  e contou com a participação do engenheiro Civil, Nélio Alencar, que destacou a importância do estudo para o setor de agronegócios do Estado.

De acordo com o Geólogo da CPRM Carlos Eduardo – responsável pelo estudo, o levantamento teve como objetivo promover o reconhecimento geológico e pesquisar novas áreas de ocorrência de rochas carbonáticas, identificando novos alvos potenciais para pesquisa mineral e ampliar o conhecimento da área dos depósitos já identificados. “O calcário é o principal insumo usado como corretivo da acidez dos solos, portanto, é indispensável para agricultura, fator determinante dos preços finais da produção agrícola. Entre as particularidades dos calcários de Rondônia, destaca-se a presença de cobre, em alguns casos maior que 10% devido à presença de malaquita e calcocita, e presença de teores de Manganês”, diz.

O estudo teve início em 2012, e reúne informações de relevante interesse para o setor mineral em Rondônia, enfocando dados geológicos, potencialidades minerais, direitos minerários, aspectos ambientais, socioeconômicos e de infraestrutura, tendo como alvo as ocorrências de rochas carbonáticas. Ao todo, foram investigados seis alvos, o alvo Pimenta Bueno compreende a mina de calcário Felix Fleury da CMR, descoberta pela CPRM no fim da década de 1970 e seus arredores.  Os outros alvos investigados são: Alto Alegre dos Parecis, Chupinguaia, Parecis e Nova Brasilândia d’Oeste. Apenas no Alvo Abunã não foi encontrado nenhuma ocorrência de calcário.

A CPRM realizou levantamentos espeleológicos na mina de calcário Félix Fleury com o objetivo de obter melhor entendimento do sistema cárstico presente e das limitações exploratórias que o patrimônio natural ali existente impõe à atividade minerária. Nessa região, encontra-se a maior e mais importante caverna de Rondônia, com biota própria e especial.

Na área da mina de calcário Félix Fleury também foi realizado um levantamento geofísico terrestre por meio do emprego da técnica da eletrorresistividade, com o arranjo dipolo-dipolo, cujo objetivo foi avaliar a existência de cavidades subterrâneas e outras descontinuidades existentes em sub superfície numa extensão da área da principal frente de lavra, atualmente desativada.

Também foram avaliadas as condições de carstificação nos demais alvos potenciais com a pretensão de reconhecer os seus fatores condicionantes e, ao mesmo tempo, inventariar novas cavidades naturais subterrâneas e outros elementos naturais associados, protegidos por lei, antecipando orientações de boas práticas ambientais a fim de aproveitar o recurso mineral da melhor forma.

Com este produto, o Estado de Rondônia conta com mais um instrumento para orientar novos investimentos de empresas interessadas na produção de calcário agrícola e pesquisa mineral de rochas carbonáticas. Nesse sentido, o relatório se projeta como referência para o planejamento de novos investimentos, o que acrescenta importância ao presente trabalho.