Cresce a procura pelo curso de Engenharia Civil em Porto Velho
27 de dezembro de 2012, às 11h30 - Tempo de leitura aproximado: 6 minutos
Universidade Federal conclui 1ª turma em 2014
A procura pelo curso de engenharia civil cresceu nos principais vestibulares do país nos últimos cinco anos. O aumento ainda é pequeno, mas relevante para o setor que vem sofrendo com a escassez cada vez maior de mão de obra. Entre as justificativas para esse crescimento, a principal é a perspectiva de novas obras motivadas pela realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, e por programas federais como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em Porto Velho, as obras das duas Usinas Hidrelétricas também alavancaram o setor que estimulou ainda as construções habitacionais e comerciais, com destaque para os empreendimentos verticais.
O crescimento da profissão é cada vez maior. Hoje, 228 mil engenheiros civis estão registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), segundo dados da entidade. Nos últimos dez anos, a média anual de novos profissionais foi de 10.4 mil. Nos dez anos anteriores, o Conselho registrou em média 4,6 mil novos engenheiros da área por ano.
São 1.500 cursos de engenharia espalhados por todo o país que recebem, a cada ano, aproximadamente 300 mil alunos matriculados. Em Porto Velho, a área mesmo em expansão, ainda é tímida na oferta das academias. Apenas duas faculdades tem a opção, sendo uma particular e uma federal. O professor e mestre Kuelson Rândello Dantas Maciel, coordenador do curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Rondônia (Unir) explica que ocurso teve inicio em 2009 e que a procura é grande. “Concluiremos a primeira turma em 2014. E a procura a cada vestibular é grande, isso porque a área da construção civil cresceu muito durante esses anos em todo Brasil e com isso os estudantes que saem do ensino médio deslumbram um curso que esteja empregando mais”, disse.
Ele relata ainda que o corpo docente é formado por doutores, mestres e especialistas em engenharia civil e outras áreas da engenharia. “O Departamento de Engenharia Civil conta hoje com seis professores com dedicação exclusiva e duas professoras substitutas, tendo como a professora Dra. Maria Luiza como chefe do departamento”, disse. Em relação a quantidade de alunos, o coordenador do curso responde que são 150 acadêmicos divididos em três turmas e mais uma turma que irá entrar de 55 acadêmicos agora no semestre 2012.2. Boa parte das turmas é formada por jovens e com um percentual maior de homens, em torno de 50-60%. O coordenador do curso Kuelson Dantas ressalta ainda que a Unir possui mais duas áreas em sua grade que abrange o Sistema Confea-Crea. “Temos em Porto Velho a engenharia elétrica e geografia”, afirma.
Sobre as dificuldades enfrentadas pelo engenheiro civil, o professor Kuelson fala que as duas maiores são referentes a qualificação ou especialização. “Acho que o Crea-RO e o Senge-RO poderiam fazer algumas parcerias com a Unir ou até mesmo com outras universidades para trazer cursos nas áreas da engenharia”, comentou.
Já sobre a percepção dos alunos sobre o Crea-RO o coordenador fala que é boa. “Logo no 1º semestre, os mesmos tem uma disciplina de Introdução à Engenharia Civil e nesta disciplina além de ver o curso da engenharia civil, eles sabem também sobre Conselho e no 9º semestre trabalham a disciplina de ética profissional”, relatou. Em relação ao crescimento da área no estado, ele salienta que é positiva. “Um crescimento muito bom, isso devido às grandes obras e ao mesmo tempo a instalação de grandes empresas vinda para Porto Velho e as demais que ainda estão por vir”, disse.
Questionado sobre o que falta evoluir nesse setor no Estado, o coordenador fala que falta com que cada empresa invista mais na qualificação de seus profissionais deste o servente ao engenheiro de uma obra, além disso, falta mais qualidade nos materiais de construção civil. Como forma de melhorar o conhecimento adquirido, o coordenador explica que um grande número de acadêmicos da Unir estão fazendo estágio extra curricular nas empresas de construção civil isso devido a flexibilidade de horário que os acadêmicos encontram-se a partir do 3º semestre.
Ele cita sobre a aceitação de alunos recém formados. “A Unir ainda não formou turma, mas já temos bons exemplos da faculdade particular da capital. Os recém formados são até procurados pelas empresas”, disse.
Mais sobre o curso
O objetivo do curso é formar profissionais aptos para atuarem na concepção, planejamento, projeto, construção, administração, operação e manutenção, nas diversas áreas de Engenharia Civil: uso e parcelamento do solo, aproveitamento e utilização de recursos naturais, obras de terra, edificações, desenvolvimento urbano, rural e regional. Transportes, sistema viário, meio de comunicação, saneamento, desenvolvimento industrial e agropecuário, etc, tendo como parâmetros a qualidade, segurança, funcionalidade e economia visando o bem estar, a proteção ambiental e o desenvolvimento da sociedade. Poderá ainda desenvolver atividades de pesquisa e de difusão de conhecimentos.
Mercado de Trabalho
O mercado de trabalho dos engenheiros civis é muito amplo. Podemos citar a construção urbana – projetar, construir e reformar construções de edifícios e grandes instalações, como estádios esportivos, shopping e aeroportos, estruturas e fundações. Projetar e edificar fundações e estruturas de madeira, aço ou concreto, que dão apoio às construções. Gerência de recursos prediais. Manter em ordem a infraestrutura dos edifícios e estabelecer padrões de qualidade, segurança e uso do espaço. Hidráulica e recursos hídricos. Gerenciar e executar obras de canais e reservatórios. Realização de projetos e construção de obras de saneamento básico, como redes de captação e distribuição de água e estações de tratamento de água e esgotos. Projetar e executar obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, viadutos, portos, metrôs e viadutos.
Concorrência
O curso de Engenharia Civil foi o segundo mais concorrido no último vestibular da Unir, desbancando até mesmo o preferido Direito.
Por Natália Lima