A engenharia como a ferramenta da produção e do consumo sustentável
13 de junho de 2012, às 10h30 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos
Desde o dia 11, o engenheiro agrônomo Ibá dos Santos Silva, um dos representantes do Sistema Confea/Crea, participa do ciclo de debates sobre produção e consumo sustentável, um dos painéis que integra a programação da Rio+20 e acontece na PUC-RJ, no Jardim Botânico.
“Economia solidária, produção cooperativa, produção de bens duráveis, enfim, o que envolve engenharia de forma dinâmica, como aproveitamento de lixo orgânico e de resíduos sólidos, foram alguns dos assuntos tratados”, informa Ibá.
“Como a engenharia está na base de boa parte do que tem que ser feito para a sociedade viver de forma sustentável, nossa participação é mais que valiosa para projetarmos o exercício de nossas atividades num futuro nem tão distante assim”, afirma o engenheiro.
Ele destaca ainda que as discussões provocaram todo tipo de sugestão para poupar o meio ambiente sem afetar o desenvolvimento. “Por que não um celular que tenha uma só base e funcione com a troca de chips?”, propôs um dos participantes.
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Assinatura da Carta de Intenções de Adesão ao Pacto |
Na tarde desta terça-feira (12/06), Ibá participou de outro painel voltado exclusivamente para a reciclagem e o potencial do aproveitamento de resíduos sólidos. Na programação desta quinta (13/6), os debates têm os temas “Juventude e Sustentabilidade” e “Padrão e Certificação na Economia Verde”, pela manhã, e, à tarde, “Finanças Sustentáveis – regulação, autorregulação e o papel das agências multilaterais de financiamento para a sustentabilidade no sistema financeiro” e “Riscos e oportunidades no financiamento da transição para uma Nova Economia, ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva”.
Termo de cooperação – Um dos momentos mais importantes do ciclo de debates organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, no auditório Tom Jobim, do Jardim Botânico, se deu na manhã de ontem, quando da assinatura de um termo de cooperação entre o ministério e diversas entidades, como Senai, Sebrae, Sindicato das Indústrias da Construção Civil e Senado Federal. O Sistema Confea/Crea foi representado pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal, engenheiro Flávio Correia de Souza. O acordo visa desenvolver ações comuns para produção e consumo sustentáveis e qualificação de mão de obra.
“Temos as inovações tecnológicas, as soluções sustentáveis. O Sistema Confea/Crea está muito ligado à sustentabilidade, desde a Eco-92. Houve muitos avanços, mas temos muito a avançar, é uma mudança de cultura, que é o mais difícil. E o governo, pela primeira vez, está entrando com a visão de que é o único que pode dar uma força para a sustentabilidade, unindo a iniciativa privada e a pública. Vejo isso com bons olhos. Temos que pensar o futuro do Brasil, a energia, a água, mas estamos animados em ver como a discussão sobre a sustentabilidade vem sendo desenvolvida durante estes anos, como as pessoas estão mais conscientes sobre este assunto”, comenta Flávio Correia.
Ele considera que o Sistema tem feito cartilhas sobre construção sustentável, além de procurado expor a temática em outros suportes, como o digital. “E o que este acordo prevê é que a discussão seja multiplicada, conscientizando as grandes empresas de que elas têm que mudar seus materiais para recicláveis. Isso deve acontecer muito na Rio+20”, pondera. O presidente do Crea-DF acrescenta que será esquematizada uma estratégia conjunta com o Confea para “definir como atacar”, definir quais diretrizes serão traçadas. Já o engenheiro Ibá dos Santos, presente à assinatura do termo, ressalta a importância da participação do Confea em outros momentos do pacto, e arremata: “Vamos trocar ideias para que a gente comece a construir um banco de dados sobre a questão da sustentabilidade. Isto é algo que veio para ficar”.