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Acesso em 08/06/2025 às 12h53.

A definição do conceito de “economia verde”

25 de maio de 2012, às 14h00 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

“Não podemos aceitar que ‘economia verde’ seja apenas um conceito vago. Precisamos definir muito precisamente o que significa o termo. Se não, ‘economia verde’ pode ser o novo nome dado ao protecionismo comercial”. A afirmação foi feita pelo senador Fernando Collor (PTB/AL), durante abertura de Sessão Plenária do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), na tarde desta quarta-feira (23/5).  Collor é o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal.

Na ocasião, Collor afirmou que falta sensibilidade dos governantes em relação ao meio ambiente e que a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), embora uma oportunidade para discutir as questões, está com agenda restrita, com termos como “economia verde” encabeçando as temáticas principais. "O que seria a ‘governança global’? É o árbitro das desavenças? Temos que ter todos esses conceitos muito bem definidos”, disse.

Durante o debate, o presidente do Confea, engenheiro José Tadeu, afirmou que os profissionais da área tecnológica transformam os recursos naturais para criar bens aos homens, de forma a prejudicar o menos possível o planeta. Para Collor, a ciência e tecnologia são fundamentais para a solução dos problemas ambientais. “A participação do Confea na Rio+20 é muito importante. Haverá engenheiros do mundo todo”, completou.

Rio+20

Para o senador, a Rio+20 não pode ser comparada à Eco92. "O momento era outro, as circunstâncias eram completamente diferentes, os problemas eram de diferente intensidade", explicou. “O que precisamos hoje é de um engajamento global e que possamos literalmente salvar – sem nenhuma figura de expressão – o planeta”. Para ele, o princípio do não-retrocesso deve ser rigorosamente seguido após as conclusões dos trabalhos da Conferência. 

Como já havia feito no plenário do Senado, Collor criticou o draft zero, o primeiro documento enviado pelas Nações Unidas antecipando as discussões da Rio+20. “São 246 páginas de intenções, sem que nada pudesse ser extraído de concreto para os problemas cujas soluções são inadiáveis. O que parece é que esse documento deixa os assuntos incômodos –que afetam as economias importantes – de fora para tratar de temas que pouco afetam a população mundial”, disse.

Para ele, a Conferência deve enfrentar discussões pontuais, como degelos e emissões de gás carbono. "Se conseguirmos fazer com que essa reflexão traga para os governantes o nível de responsabilidade que temos que desenvolver para minorar os problemas que afetam as nossas populações, se cada um fizer um pouco, já será um grande avanço. Deverá ser feito sem imposição, mas de forma consciente. Utopia ou não, é isso que espero da Rio+20".

De acordo com Collor, a previsão é de que em 2040, mais três bilhões de pessoas ascenderão à classe média. “Isso significa, naturalmente, uma pressão muito forte sobre o consumo”. O senador defendeu que durante a Conferência devem ser discutidos seriamente os modelos de desenvolvimento. “Do capitalismo selvagem ao comunismo de Estado, todos os modelos demonstraram desrespeito ao meio ambiente. E quando falamos da questão ambiental, estamos falando em preservar a vida no nosso planeta, sobretudo a vida humana”. Collor mencionou as profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea como fundamentais para o desenvolvimento. “Os senhores têm uma enorme responsabilidade na formulação do que venha acontecer no mundo”.