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Acesso em 18/06/2025 às 21h45.

ARTIGO OPINATIVO: A nova velha política continua no DER de Rondônia

21 de agosto de 2020, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

O ano de 2018 terminou com grande expectativa de mudanças no país inteiro. Aqui em Rondônia, não foi diferente. O discurso de mudança, de novo Brasil, novas práticas na política, animaram tantas pessoas, que a renovação política superou os cinquenta por cento com folga, nas assembleias legislativas, câmara federal e senado. Mas como diz aquele velho ditado…alegria de pobre e de engenheiro servidor público, dura muito pouco. Até que a nova diretoria do DER/RO conseguiu a atenção dos técnicos do órgão…uma diretoria técnica formada por diretores engenheiros, sendo um deles do quadro efetivo, conseguiu que tivéssemos um vislumbre diferente, aguçou nossa esperança de dias melhores e valorização da engenharia e dos técnicos como um todo. Começamos a sonhar com melhores condições de trabalho, valorização profissional, uma autarquia forte novamente e com a volta do respeito da população à uma categoria tão esquecida dentro do próprio DER. Esquecida não, negligenciada…pois outra categoria, não técnica, estava se sobrepondo à nossa, como categoria base, raiz, razão de ser do DER/RO. Pois bem, o sonho continuou com a nomeação de engenheiros efetivos para residentes em quase todas as Residências Regionais do órgão. Confesso que fiquei com um pé atrás, quando observei que, nem todas as unidades do DER estariam sob a direção de um técnico de carreira, mas não chegou a abalar minha confiança, porque essa nomeação era um desejo de todos os engenheiros, visto que os desmandos, a falta de cuidado com os equipamentos, o uso da máquina pública para interesses particulares e a desvalorização da engenharia estavam há tempos, corroendo nosso querido DER. Após pouco período de tempo, fomos surpreendidos com a saída de um dos diretores, efetivo e muito crítico da administração, por motivos alheios à nossa compreensão. Depois disso, começaram as trocas…a velha política estava de volta e com força total. Os engenheiros residentes começaram a cair, um por um, em todo o Estado. Não recebiam nenhuma justificativa para sua saída e eram avisados por um aplicativo de mensagem. Não eram chamados na sede do DER, em Porto Velho, não recebiam uma ligação do diretor geral, assim, sem um mínimo de consideração. E fomos descobrindo que o novo governo, a nova diretoria, apesar de ter à frente, um engenheiro (segundo o mesmo “engenheiro militar”, só que mais burocrata que engenheiro), não tinha uma política de valorização dos técnicos do DER. Sequer havia uma política administrativa.

Hoje, passados mais de 19 meses, o autointitulado “engenheiro militar” se foi e levou junto sua falta de bom senso, sua feição carrancuda, seu desconhecimento de Rondônia e sua incompetência.  Após a humilhação imposta por sua incompetente administração, a diretoria que nos foi imposta também parece não saber onde está e o que está fazendo: agora pior, porque nem um diretor adjunto técnico, nós temos. Continuam a ignorar os experientes e eficientes técnicos da casa e serviços técnicos realizados não possuem sequer Anotação de Responsabilidade Técnica, porque os engenheiros nas residências regionais não planejam, nem acompanham os serviços executados por administração direta.

Os problemas iniciais continuam, pois muitos dos equipamentos permanecem sem manutenção, a nomeação de apadrinhados políticos voltou a dar às cartas no DER e a engenharia voltou à estaca zero no quesito valorização, sendo deixados de lado para dar passagem a leigos nomeados politicamente e sem a devida qualificação técnica exigida.  Nossa malha rodoviária implora ações efetivas, temos o melhor quadro de técnicos do país em nossas fileiras, mas a política rasteira e burra ainda continua a impor sua vontade. Leigos que não conhecem uma norma técnica sequer, cheios de vícios, desfilam seu enorme desconhecimento na área de pavimentação e, em nada, contribuem para a eficiência e a valorização do DER/RO, muito pelo contrário. Infelizmente andamos para trás.

Viva a nova velha política! Um engenheiro desmotivado, desvalorizado, mas não vencido.

Júlio Benigno de Sousa Neto

Engenheiro Civil 

 

Reiteramos que o texto acima é um artigo opinativo assinado.