Engenheiros da Sempre palestram sobre obras públicas

Promovido pelo Centro Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Rondônia (Unir), aconteceu na última semana o ciclo de palestras Elaboração de Projetos em Órgãos Públicos. O evento foi realizado no auditório da Paróquia São Luiz Gonzaga e reuniu 50 acadêmicos de instituições que formam profissionais dessa área em Porto Velho. Os palestrantes foram os engenheiros civis Célio Augusto, Liandro Loyola, Matheus Moura, Camila Loss e o engenheiro eletricista João Lopes, todos eles pertencentes ao quadro de servidores da Secretaria Municipal de Obras Especiais (Sempre). Em suas explanações, teoria e experiência foram vinculadas na oferta de uma visão introdutória sobre elaboração e execução de projetos de obras públicas.

   A solicitação do no hall dos engenheiros contou ainda com a participação da secretária da Sempre, Amélia Afonso, que viu no acontecimento oportunidade de estreitamento de relações entre a Prefeitura e instituições que devem prover de novos engenheiros o mercado de trabalho do município. “Os organismos do poder executivo têm sido muito questionados pela sociedade, ultimamente. É interessante nesse tempo tornar conhecidas nossas formas de trabalho, bem como as dificuldades com que se deparam as prefeituras na execução de seus projetos. Vejo como positiva essa união de forças e creio que isso beneficia bastante aos futuros engenheiros. É muito bom para eles que iniciem suas carreiras vendo com clareza as diferenças entre a atuação dos engenheiros na área privada e na esfera pública”, destacou.

   A equipe que atuou na conferência comentou que a graduação acadêmica prepara muito bem os engenheiros para atuar em projetos do ramo privado, mas quase não há formação específica para projetos de obras públicas. “Falamos dos estudos sobre drenagens, que tem sido nosso carro chefe aqui na Sempre, desenvolvemos também exposições específicas sobre noções deprojetos de instalação elétrica, orçamentos, licitação, tramitação dos processos dentro da estrutura administrativa da Prefeitura e sobre quais os tipos de licenciamentos são necessários para que as obras aconteçam”, explicou Célio Augusto, chefe da Coordenadoria de Projetos Especiais (CPE/Sempre).

   Segundo Matheus Moura, o ciclo de palestras foi importante como uma atividade introdutória sobre o trabalho do engenheiro no poder público. “Alguns dos formandos que participaram das palestras poderão atuar na Prefeitura ou no Governo futuramente. Para eles é interessante terem noções sobre a dinâmica das ações dos engenheiros no serviço público. Nós adquirimos esse aprendizado com a prática, porque a graduação não contempla esses conhecimentos. É difícil para um engenheiro no começo de carreira encarar o serviço público, porque todos os dados dos projetos são de responsabilidade desse profissional, desde o levantamento até os valores dos preços dos serviços, e tudo deve estar de acordo com a legalidade prevista cada caso. Não é fácil para quem inicia”, afirmou.

   Dentre os assuntos destacados, foram debatidos com os acadêmicos as dificuldades do trabalho com a coisa pública, a demora nos processos, a necessidade de respaldar todas as ações em legislação específica e as demoras burocráticas que instigam antipatias por parte da sociedade, que quer ver o serviço realizado com celeridade. “Também explicamos sobre os passos necessários às ações licitatórias e sobre suas dificuldades. Sobre os licenciamentos, porque alguns demoram de três acinco meses para serem definidos. Falamos também sobre a demora decorrente de esperar até que sejam aprovadas as empresas que vão fazer as obras, enfim, discorremos sobre os motivos principais que fazem com que as obras públicas sejam tão morosas em relação ao tempo em que as obras privadas são levantadas. Foi interessante falar sobre isso para que eles entendam como funciona o sistema” explicou Liandro Loyola.

   Em fevereiro os engenheiros deverão retomar alguns desses assuntos no segundo ciclo de palestras sobre Elaboração de Projetos em Órgãos Públicos, conforme ficou acertado entre Sempre e Unir. “Um assunto sobre o qual deveremos falar é sobre o redimensionamento das bacias hidrográficas de Porto Velho, que é um estudo desenvolvido por nós em parceria com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). A ideia é mostrar para eles como os órgãos públicos de esferas diferentes podem trabalhar em parceria. Cremos que esse novo encontro será também muito construtivo”, finalizou Célio Augusto.