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Acesso em 12/06/2025 às 05h19.

Secretaria de Políticas para Mulheres apresenta programa durante 69aSoea

23 de novembro de 2012, às 11h10 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

 

   “As empresas devem mostrar o quanto se ganha quando se aproveita uma pessoa naquilo que ela tem de mais positivo a oferecer e tratar de forma mais igualitária os homens e as mulheres”, afirmou a assessora da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SEPM/PR), Márcia Leporace, durante o Fórum Equidade de Gênero. Ignorar esse princípio, segundo ela, é o que se chama de custo da discriminação. “Às vezes na proteção excessiva à mulher – não querer que ela vá na lama, ou que fique viajando muito por conta da família – elas acabam não sendo ouvidas ou consultadas sobre suas aspirações, mesmo quando bem preparadas, pós-graduadas”, explanou Leporace.
 
   Para ela, o mercado de trabalho – as mulheres recebem em média 70% do valor do salário dos homens – explicita de forma clara a realidade das desigualdades de gênero. Leporace também declarou que nem sempre tarefas iguais são remuneradas da mesma forma para homens e mulheres. “É complicado lidar com a questão da remuneração, porque os fatores que levam à desigualdade não estão escritos, não são definidos. As questões raciais em geral são difíceis de lidar justamente por isso”.
 
   Leporace abordou, ainda, a violência doméstica e como ela está presente em todas as classes sociais. “Esse é um problema sobre o qual as empresas não têm iniciativas ou ações de discussão interna sobre o problema. O custo da violência doméstica para a produção é altíssimo”, lembrou. 
 
   Como solução para os problemas mencionados, a assessora da SEPM mencionou que os governos mais evoluídos na questão fazem políticas de cuidado, como licenças específicas e equipamentos sociais de qualidade: creches, abrigos para idosos, “todos os cuidados que normalmente estão nas costas das mulheres, fundamentalmente por fatores culturais”.
 
Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça
 
   A Secretaria lançou, em 2005, o Programa, que concede o selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, como reconhecimento às empresas que aplicam ações favoráveis à não-discriminação. Durante sua palestra, Leporace mostrou que há três selos que as empresas podem receber – ouro, prata e bronze – que são entregues de acordo com o nível de evolução da empresa na questão.
Ela explicou que a empresa não deve ficar preocupada em obter o ouro na primeira vez e que não se trata de uma concorrência entre empresas. “Você está concorrendo consigo mesmo, em como você pode evoluir”. Segundo ela, o Programa desenvolveu essa sistemática de diferenciação dos selos justamente para explicitar que eliminar a discriminação é de fato um processo a ser conquistado ao longo dos anos, e não simplesmente “ticar” as exigências e pronto.
 
   “A adesão é muito importante porque é voluntária. A não-discriminação é efetivamente fruto de um processo de conscientização. Se colocamos de cima pra baixo, como obrigações, só estamos distribuindo selo. Quando mexemos com valores e com expectativas, trata-se de uma construção. Bem coisa de engenheiro mesmo”, brincou. Ela define o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça como a distinção que as empresas recebem ao final de cada etapa. “Quem adere ao programa sabe que não está lidando com um tema fácil. Não é simples”. No âmbito do Sistema Confea/Crea e Mútua, o Crea-RJ já obteve o selo e o Confea está inscrito na edição deste ano, cuja data de entrega está prevista para março de 2013.
 
   Leporace contou que o Programa ainda está evoluindo. “Recebemos uma avaliação de que a questão racial ainda não estava suficientemente colocada. Fizemos, então, uma parceria com a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial para realizar um esforço conjunto e refinar o Programa”. O Fórum Equidade de Gênero contou com outras apresentações sobre direitos humanos e de empresas que tiveram sucesso na obtenção do selo Pró-Equidade de Gênero e Raça. O Fórum compôs a programação da 69ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), no dia 22 de novembro.
 
Equipe de Comunicação do Confea